domingo, 24 de março de 2013

'O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê'

As lições de R. Q.

Aprendi com Rômulo Quiroga (um pintor boliviano):
A expressão reta não sonha.
Não use o traço acostumado.
A força de um artista vem de suas derrotas.
Só a alma atormentada pode trazer para a voz um
formato de pássaro.

Arte não tem pensa:
O olho vê, a lembrança revê, e a imaginação transvê.
É preciso transver o mundo.
Isto seja:
Deus deu a forma. Os artistas desformam.
É preciso desformar o mundo:
Tirar da natureza as naturalidades.
Fazer cavalo verde, por exemplo.
Fazer noiva camponesa voar – como em Chagall.

Tirar da natureza as naturalidades.
Fazer cavalo verde, por exemplo [...]
Agora é só puxar o alarme do silêncio que eu saio por
Aí a desformar.
Até já imaginei mulher de 7 peitos para fazer vaginação comigo.

de Manuel de Barros

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